quarta-feira, 22 de junho de 2011

O Ritmo

O ritmo é uma das principais características da poesia, a ponto de alguns autores, como, por exemplo, Otávio Paz, acreditarem que este se trata do principal diferencial entre prosa e poesia.

Todo poema apresenta um ritmo que o distinguirá de um outro texto que não seja poético.

O ritmo nasce, intencionalmente ou não, no plano sonoro da linguagem, com da combinação entre sílabas tônicas e átonas e outros efeitos sonoros, considerando as pausas.

Há sempre uma íntima relação entre o ritmo de um poema e o que ele quer dizer, ou efetivamente diz. Desse modo, toda análise poética deve considerar tantos os aspectos verbais e relativos ao significado das palavras quanto os aspestos sonoros destas últimas.

Um dos primeiros aspectos do ritmo é a metrificação, que é a contagem das sílabas de um verso, e a combinação de versos com metros iguais ou diferentes, conforme o caso.

Contam-se as sílabas de um verso da mesma forma que se contam as sílabas de uma palavra, só que se para a contagem na última sílaba tônica de cada verso.

O mais importante é sentir o ritmo de modo a fazer com que o som e a musicalidade do poema este de acordo com aquilo que o autor diz no poema.


Veja como o ritmo funciona em um poema como “A Valsa”, de Casimiro de Abreu.


Tu ontem,
Na dança,
Que cansa
Voavas co´as faces
Em rosas
Formosas
De um vivo
Lascivo
Carmim.

Os versos são de duas sílabas, com exceão do 4º verso, parecendo com o ritmo da valsa, de três tempos, já que, na contagem de sílabas poéticas, não se contam as sílabas após a última silaba tônica. Desse modo, o ritomo de adequa ao tema do poema.

Antes de nos apronfundarmos na análise do ritmo na poesia, procure realizar o exercício abaixo:

Exercício
Escolha um verso, criado por você ou retirado de um poema de um outro autor. Em seguida, procure alterar o ritmo deste verso, dando ao mesmo um outro sentido ou significado. Seja com a repetição deste mesmo verso ou com o acréscimo ou a supressão de alguma de suas palavras.

Exemplo:

Verso: No meio do caminho tinha uma pedra (do poema “No meio do caminho”, de Carlos Drummond de Andrade).

No meio do caminho tinha uma pedra

No meio
Uma pedra

Caminho
no meio.
Caminho.

Caminho,
uma pedra,

Uma pedra,
Uma pedra.

Tinha
Um caminho.



Ricardo Lopes é poeta, escritor e professor. Autor da peça "Mãe ou o antiédio" premiada em 2o. lugar no Concurso Carlos Carvalho da prefeitura de Porto Alegre, no ano de 2001.

Não deixe de postar o seu poema, exercício uma perguta (que será respondida ) e de indicar este bolg a quem possa se interessar pelo mesmo.

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